terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Hoje é noite de Reis


                                    Reis Magos
Os Reis Magos são mencionados apenas num dos quatro Evangelhos: no de S. Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica o seu número. Sabe-se apenas que eram mais de que um, porque a citação está no plural – e não há nenhuma menção de que eram reis. “Não há evidência histórica da existência dessas pessoas”, diz André Chevitaresse, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “São personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos.” De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis – provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: “Todos os reis se ajoelharão diante d´Ele”. Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles passaram a ter nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia.


Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea). Quem hoje for visitar a catedral de Colónia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos Reis Magos. De acordo com uma tradição medieval, os Magos ter-se-iam reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século XII, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colónia. Devemos aos Magos a tradição de oferecer e receber presentes no Natal, o que em Espanha só acontece na véspera de 6 de Janeiro. No ritual da antiguidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso. E mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a mortalidade).

E invocando o Dia de Reis, lembramos que em 2010 se celebra o Ano Internacional para a Aproximação de Culturas, actividade promovida e acarinhada pelo movimento rotário.

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